terça-feira, 12 de junho de 2012

Só mais um tijolo no muro?!


"When we grew up and went to school
There were certain teachers who would
Hurt the children in any way they could
By pouring their derision
Upon anything we did
And exposing every weakness
However carefully hidden by the kids"

"We don't need no education
We dont need no thought control
No dark sarcasm in the classroom
Teachers leave them kids alone
Hey! Teachers! Leave them kids alone!
All in all it's just another brick in the wall.
All in all you're just another brick in the wall."


     Faço hoje uma simples e incompleta interpretação da música "Another Brick in the Wall" da banda Pink Floyd. Essa música, sua letra e seu vídeo clipe me suscintam uma série de reflexões tais como: a percepção dos alunos quanto a relação com os professores e suas explicações para tanto, a questão de a escola muitas vezes estar aí para formar alunos todos dentro de um mesmo molde, e o chamado para uma reflexão crítica e não passiva dos acontecimentos, teorias e afins.

     Inicialmente, a letra da música chama a atenção para as relações ruins estabelecidas entre alguns professores e determinados alunos: "There were certain teachers who would hurt the children in any way they could (...)". Acho que não preciso me deter muito nesta questão, visto que já falei bastante dela em outras postagens, mas fica a dica para uma reflexão neste sentido a partir da letra da música.
     Um dos momentos mais significativos do vídeo da música é quando as crianças, em filas organizadas vão marchando e sendo conduzidas até caírem numa máquina de moer e o que sai é apenas carne moída. Toda a individualidade e possibilidade de questionamentos e de exposição de perspectivas diferentes foram tolhidas, o que sobrou foi apenas uma massa homogênea, que obedece aos padrões estabelecidos pelo operador da máquina. E talvez seja exatamente essa a imagem que muitas escolas, infelizmente, ainda hoje têm. A criação de modelos ideais, conteúdos que são "jogados" aos alunos, e que são exigidos da mesma maneira para todos, tem como finalidade que todos saiam com a mesma bagagem de aprendizagens, que sejam idênticas. E ok, do ponto de vista da democratização da educação isso é lindo, no entanto o que ocorre é a desvalorização da diferença e da individualidade e isso abre margem para a discriminação daqueles que não atendem aos padrões esperados.
     Por fim, há o chamado para o pensamento crítico. Afinal, o que é ser apenas mais um tijolinho num muro?! O que é ser parte de uma massa moída?!
     E o que é não ser outro tijolo no muro ou parte da massa?! É abraçar a sua individualidade, é poder ver as coisas em um plano mais amplo, saber diferenciar discursos e ações, não aceitar regras ou acontecimentos apenas por fazerem parte da dita norma social, é pensar por si, é transpor os limites das palavras ditas/escritas...
     Enfim, não sejamos mais tijolinhos num muro qualquer!


"Seja a mudança que você quer ver no mundo." - Dalai Lama

Um comentário:

  1. Um ponto bacana de ser levado em consideração é o motivo pelo qual muitos alunos sejam só um "outro tijolo no muro". É super importante pra análise da educação saber quem está educando, onde se está educando e, principalmente, a razão de se educar. E é interessante fazer essa reflexão em todos os níveis de ensino. Inclusive o superior, já que este infelizmente não é sinônimo de inteligência.
    E refletindo sobre aquele pedacinho que o texto fala sobre a "democratização da educação", conclui que a utilização do termo no texto foi falha. Afinal, ao padronizar o nível de aprendizagem do estudante, não se está democratizando a educação, mas sim mecanizando-a, entende? Ao meu ver, a democratização da educação é simplesmente a chance de cada cidadão poder estudar.E só. Já que as pessoas podem parar seus estudos com mais ou menos bagagem intelectual que as outras,o que já se torna uma outra casualidade.
    Enfim, ótimo texto, Carol!

    =]~

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