quinta-feira, 19 de abril de 2012

"Ó, capitão! Meu capitão!"




A Sociedade dos Poetas Mortos
Dead Poets Society, 1989, direção de Peter Weir,
com Robin Williams, Ethan Hawke, Robert Sean Leonard
Sinopse: Em 1959 na Welton Academy, uma tradicional escola preparatória, um ex-aluno (Robin Williams) se torna o novo professor de literatura, mas logo seus métodos de incentivar os alunos a pensarem por si mesmos cria um choque com a ortodoxa direção do colégio, principalmente quando ele fala aos seus alunos sobre a "Sociedade dos Poetas Mortos".
(Fonte - http://www.adorocinema.com/filmes/filme-5280/)



"Fui à floresta porque queria viver de verdade
Eu queria viver profundamente e tirar toda a essência da vida
Fazer apodrecer tudo que não era vida
E não, quando eu morrer, descobrir que não vivi."

        "A Sociedade dos Poetas Mortos" suscita uma série de reflexões, dentre as quais a questão da tradição e conformidade nas instituições educacionais, a imposição de conhecimento de outros x a capacidade de pensar por si e assim dar voz aos alunos, as relações estabelecidas entre professores, alunos e demais autoridades da escola, como as relações familiares afetam desempenhos e sentimentos da vida acadêmica e a questão dos castigos e punições.
        O filme se inicia com a cerimônia de início de aulas tradicional da Welton Academy, em que são entoados os quatro pilares da instituição: TRADIÇÃO, HONRA, DISCIPLINA, EXCELÊNCIA.
        A supervalorização da tradição gera uma série de questionamentos. Por um lado, pode-se compreender que o que é tradicional é fonte de segurança para aqueles que detém a autoridade, é um terreno já conhecido, com resultados e intervenções previsíveis. Mudar o sistema significaria entrar no campo do desconhecido, em que se não possui meios "certos" de intervenção e de resultados previsíveis. Esta insegurança pode explicar muito da repressão dos movimentos de mudança. No entanto, mudar não é algo ruim, principalmente no meio educacional. O mundo está em constante transformação, e é necessário que se permita que o "sistema" se atualize, se transforme, se adapte, para não se tornar obsoleto nem gerador de preconceitos e diferenças sociais.
        Na questão da tradição também entram as exigências pela excelência acadêmica. Os resultados dos alunos refletem diretamente no nome da instituição. Fica bem clara esta posição na fala do diretor da Welton, ao dizer que a escola preparava seus alunos para as melhores universidades do país, a IVY League. Podemos fazer um paralelo direto com a situação educacional brasileira (e no geral). As escolas jogam os conteúdos para os alunos "decorarem" com objetivo principal de fazê-los passar nos vestibulares, sem a preocupação de fazê-los pensarem por si mesmos, e fazer a ligação dos conteúdos com o seu cotidiano. O que vale é a aprovação nas provas. Para alcançar tais desempenhos, as escolas, a família (percebido, no filme, na relação de Neil com seu pai) e a sociedade em geral, fazem uma série de exigências e pressões que acabam por gerar estresse, angústia e ansiedade, os quais acabam por sabotar os desempenhos acadêmicos destes estudantes.
        Os quatro pilares da Welton Academy também refletem o perfil do que considera o "bom aluno", que é aquele que tira boas notas, obedece sempre as regras e comandos, mostra-se disciplinado (comportado) e passivo. É aquele que se conforma aos moldes pré-estabelecidos e que transmite os valores institucionais.

        O conformismo é uma das questões que o Sr. Keating trabalha com seus alunos. Ele quer que os seus alunos não sejam conformistas, que possam pensar por si mesmo, e escolher seus próprios caminhos. "Duas estradas convergiram numa floresta e eu peguei a menos andada. Isso fez uma grande diferença." 
        Pensando o conformismo, me remeto também ao fato de que nas escolas em geral, e infelizmente ainda nas universidades, os alunos devem adquirir o conhecimento que outros formaram, pensar como os "grandes pensadores/pesquisadores/teóricos". O pensamento próprio, a descoberta pelas próprias experiências é bastante negligenciado. Parece que se é esquecido que a aprendizagem é um processo de mão dupla, professores e estudantes usufruem do contexto educacional, para ganhar novas experiências. Mas parece ser ideia corrente que o aluno não pode oferecer nada, que é uma tábua rasa, e que deve ser preenchido de conhecimento pelo professor.
        Um dos diálogos do filme deixa bem evidente estas ideias:
        "- Achei que educássemos nossos alunos para que pensassem por conta própria. - Sr. Keating
         - Nessa idade, impossível. - outro professor"
        Acho que um dos pontos mais marcantes do filme é o fato de que o Sr. Keating quer dar voz aos seus alunos. Quer saber o que há dentro deles, sua poesia. E é esta relação diferenciada, de interesse verdadeiro pelos alunos, que o diferencia dos outros professores. Não é necessário que o professor seja autoritário, é possível ter autoridade e respeito, sem se impor como superior, é possível conduzir aulas produtivas estabelecendo um relacionamento de camaradagem, de troca de experiências... Acho que esta é a principal lição para o sistema educacional que o filme traz.


"Meu brado bárbaro ecoa acima dos telhados do mundo" - Walt Whitman
"Carpe diem! Aproveite o dia."

2 comentários:

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